Do alto daquela torre só se via o precipicio. Formigas apressadas esperando o Sol esfriar. Quantas histórias se passando e nada a ser feito, afinal, a camera de captura de movimentos acabou descarregando. E esse telefone, porque não toca ? Oras, jogue as suas tranças rapunzel. Deixe-me cortar o seu cabelo, deixe-me fazer algo mais moderno, um repicado talvez. Ou quem sabe até um moicano meio azul com a anilina da ultima festa infantil em que estivemos anos atrás. Não se vê flores por aqui, são só os espinhos secos esperando por algum olho azul de um principe encantado metido a besta. E pra ser sincera, se chão fosse céu e céu fosse chão eu já teria pulado e nuvens amorteceriam a minha queda de cima daquela torre. Asfalto, compacto, escuro. Ossos quebrados e expostos. Fraturas mentais. Ei, escute só. São as folhas secas murmurando ao minimo toque desse vento suave. Silencio, oras. Azulejos azuis mostram o quanto o gosto é bom. Azul, bonito. Assemelham-se bastante ao pacifico onde tempos atrás eu estive molhando os pés. Oras, rapunzel, jogue suas tranças e me deixe cortá-las com a tesoura enferrujada de jardinagem do castelo. Pega o elevador e desce aqui, vamos até o bosque, levaremos doces para o lobo. Vamos até a casa da avó sentar na calçada e bater um papo com aquela garota que abusa do pó de arroz, aquela lá, branca de neve ?! é, isso. Vamos bater um papo com a branca de neve e os seus sete gnomos sexuais escravizados. Vem cá, oras. Vamos pegar o universidade circular e andar ao som da noite e dos segredos de amor. Vamos viver este momento tecnicamente lindo. Com direito aos quinze minutinhos de parada final. Ah, qual é, queridos irmãos, vamos ao centro andar pelos meios fios e fingir que está tudo bem. Vem que eu espero vocês aqui sentada nessa cadeira desse consultório que eu não sei nem de que médico é. Há controversias.
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