Nosce te ipsum.
" Se você não pode enxergar a própria sombra, precisa procurá-la. A sombra se esconde na vergonha, nos becos escuros, nas passagens secretas e nos sótãos fantasmagóricos de sua consciência. Ter um lado sombrio não é possuir uma falha, mas ser completo. Há uma dura verdade a confrontar. Estamos todos vivendo com os destroços de ideias fracassadas que um dia pareceram soluções perfeitas. Cada solução combina com o quadro daquilo que constitui o lado sombrio. "
( O Efeito Sombra. )
( O Efeito Sombra. )
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Sonho.
Já não consigo derramar uma lágrima, então a unica forma de lançar para fora toda essa angustia é gritar. Grito bem alto com a boca encostada no travesseiro e ninguem consegue ouvir o que acontece aqui dentro. Cheguei a conclusão de que dar voltas e mais voltas ao redor do quarteirão onde moro não dá muito resultado... O resultado mesmo está em sair por aí, sem destino, sem celular e sem hora marcada pra voltar. Reconheci em mim as etapas já ultrapassadas da dor e percebi que me encontro em fase de transição, me encontro bem perto do fim de tudo isso e até escrevi na parede do meu quarto as iniciais de tais etapas, uma a uma para que em momento algum eu esqueça que tudo isso faz parte do ciclo chamado VIDA e que não terá sido a primeira e muito menos a ultima vez em que eu precisarei atravessar essas pontes. Estou cansada de acordar todos os dias esperando o sono voltar para que eu não precise lutar contra os meus proprios pensamentos. E convenhamos, eu daria tudo para viver um dia que fosse sem pensar em nada, adoraria usufruir de um estado de catatonia e talvez assim eu descobrisse onde está o erro, onde estão as respostas para esse joguinho de tantos erros. Meu amor... Eu lamento muito por tudo ter chegado onde chegou. Mas eu prefiro ver isso como uma dor de cabeça que por mais insuportável que seja, uma hora vai passar e que quando passar eu poderei dizer: nossa, que alivio. Ser realista é o ponto. O realismo faria de mim um pouco menos vulnerável a dor, mas um fato é que eu nunca consegui esquecer o conto de fadas que nós vivemos um dia. Não esquecerei, afinal de contas, todos os dias o Sol voltará a entrar pela janela do meu quarto me fazendo lembrar o dia em que acordei e te vi aqui, sentada ao lado da minha cama observando enquanto eu dormia. Só eu sei o que senti ao ouvir você dizer que estava ali sentada há um bom tempo porque não teve coragem de me acordar. E sabe... pela primeira vez eu sorri ao acordar, ainda com os olhos embaçados só por ver que voce ainda estava ali onde nunca deveria ter deixado de estar. Deixou, mais uma vez com todo o descaso pelos abraços que a ti foram dados .
quarta-feira, 29 de junho de 2011
O embalo da minha vida se dá ao fato de saber que independente do que aconteça hoje, amanha ainda haverá um mundo cheio de cores, cheiros e sabores a ser degustado. O embalo está em saber que ainda há um mundo inteiro a ser desvendado lá fora. É o enigma do amanhã que me faz querer permanecer viva, que me faz querer estar aqui.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Nada mais.
Do alto daquela torre só se via o precipicio. Formigas apressadas esperando o Sol esfriar. Quantas histórias se passando e nada a ser feito, afinal, a camera de captura de movimentos acabou descarregando. E esse telefone, porque não toca ? Oras, jogue as suas tranças rapunzel. Deixe-me cortar o seu cabelo, deixe-me fazer algo mais moderno, um repicado talvez. Ou quem sabe até um moicano meio azul com a anilina da ultima festa infantil em que estivemos anos atrás. Não se vê flores por aqui, são só os espinhos secos esperando por algum olho azul de um principe encantado metido a besta. E pra ser sincera, se chão fosse céu e céu fosse chão eu já teria pulado e nuvens amorteceriam a minha queda de cima daquela torre. Asfalto, compacto, escuro. Ossos quebrados e expostos. Fraturas mentais. Ei, escute só. São as folhas secas murmurando ao minimo toque desse vento suave. Silencio, oras. Azulejos azuis mostram o quanto o gosto é bom. Azul, bonito. Assemelham-se bastante ao pacifico onde tempos atrás eu estive molhando os pés. Oras, rapunzel, jogue suas tranças e me deixe cortá-las com a tesoura enferrujada de jardinagem do castelo. Pega o elevador e desce aqui, vamos até o bosque, levaremos doces para o lobo. Vamos até a casa da avó sentar na calçada e bater um papo com aquela garota que abusa do pó de arroz, aquela lá, branca de neve ?! é, isso. Vamos bater um papo com a branca de neve e os seus sete gnomos sexuais escravizados. Vem cá, oras. Vamos pegar o universidade circular e andar ao som da noite e dos segredos de amor. Vamos viver este momento tecnicamente lindo. Com direito aos quinze minutinhos de parada final. Ah, qual é, queridos irmãos, vamos ao centro andar pelos meios fios e fingir que está tudo bem. Vem que eu espero vocês aqui sentada nessa cadeira desse consultório que eu não sei nem de que médico é. Há controversias.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Eu encontrei a liberdade e percebi que ser livre não me fazia tão feliz quanto estar presa a você. Você vive em busca da liberdade sem saber que talvez ser livre não seja tão bom assim. Tudo bem, eu entendo você. Já fui assim, meio pinto no lixo mesmo e eu sei que no fim das contas só o que resta é a falta de um sentido para o dia de amanhã. Mas é o tipo da coisa.. deixar ir e não esperar a volta, mesmo sabendo que vai voltar. Ou que talvez nem volte. Fim.
Um só.
De certa forma isso me invade inteiramente e eu não consigo saber o motivo. Você sempre se mostrou a personificação da força e eu só consigo ver o teu medo. Eu sei que essas minhas idas e vindas só deixam tudo um pouco pior, mas eu não sei ser diferente, eu não sei ser alguem constante. Todos sabem que haverá uma hora entre nós que tudo se perderá, se é que algum dia nos encontramos. Não vou negar que as duas unicas vezes em que você me olhou nos olhos foram como pausas longas em que eu só conseguia ouvir os nossos corações. O meu, palpitando como louco, quase que saindo pela boca e o teu lá ao longe, quase parado. Não há uma culpada, temos as mesmas parcelas desse carnê emocional. Deixa estar, deixa abraçar, deixa ir, vir, quando e como for. Apenas deixemos que os pensamentos apontem lá no fim do túnel e que os sorrisos arrancados por pequenas coisas continuem surpreendendo nossos egos infláveis. Vem cá, anda em linha comigo pelo meio fio e me deixa te mostrar que os jardins não estão tão longe assim. A proposito, não sinta tanto medo assim das minhas mãos encostando nas tuas, não sinta tanto medo dos meus abraços. Afinal de contas, há noites em que o silêncio deixa de ser silêncio pelo simples canto de algum passaro noturno desocupado que vive a bailar pelos ares da escuridão. E esteja certa de que eu estarei sempre por ali, pelos gramados e cantos de parede decorados com adesivos de zebra esperando que voce apareça e que me escute comentar sobre algo bobo, algo estranho, apenas algo que fará todo o sentido dali a pouco. Hasta la vista, meu eu de estatura pouco menor.
O Coração em uma caixa.
Não se viu a noite passar porque ali dentro já era escuro demais. Viram o dia clarear quando dentro delas mesmas um beijo acendeu o Sol e iluminuo aqueles que corações que há muito não viam a luz. Quase podiam ouvir as bolhas de sabão em forma de coração estourando bem encima de suas cabeças. Lágrimas, abraços, beijos, mordidas, carinho. Tudo por baixo do pano. Suspiros de satisfação simplesmente por estar perto... e então, a musica que se externava através daquele fone de ouvido compartilhado tomou conta do ambiente e mais lágrimas vieram à tona. Não conseguiam saber ao certo porque aquilo acontecia. Talvez elas estivessem chorando por estarem juntas novamente, talvez chorassem por medo. E então, como num passe de mágica... um '' eu te amo '' ao pé do ouvido trouxe a vida novamente depois de tantos meses frios e chuvosos. Até parecia que os morcegos no estômago haviam voltado a ser borboletas coloridas, como aquelas que estampam os vestidos de festa junina. Nossa, como elas estavam felizes. Eu diria até que passar o resto da vida ali, abraçadas não seria algo de grande esforço. Visivel era o contraste das camisetas. Uma em preto e branco, a outra em branco e preto. Elas só queriam viver aquilo com toda a intensidade possivel, afinal o medo de não haver um amanhã estava corroendo aqueles probres corações. E eu... só conseguia pedir que ela nunca mais soltasse a minha mão. 04/06
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