Coração à deriva nas profundezas busca âncora em qualquer lugar. Em busca do SORRISO, OLHAR e PELE. Desprende-se do verbo, prende-se ao toque.
Recusa o mistério. Mentira. Encanta-se com o mesmo e finge seguir em frente sempre, mas nunca esquece as gotas de chuva na janela da alma. O vidro embaçado, as letras desenhadas no vapor. O " L " contra o vazio. Guerra sem fim.
Vozes sem dono dizendo mil e duas coisas. Olhos baixos me manipulando e fazendo todo um xadrez emocional. Não há mais peão algum. Em xeque, mas eu não morrerei. Morri há algum tempo. Morri com os olhos, apenas. Perdeu-se o brilho, a cor.
Atiro-me ao limbo todas as noites na esperança de uma anestesia que nunca virá. Uma anestesia que vá me poupar do pior, mas o pior sempre virá.
A cama congela a noite inteira. É tudo inquietante demais. Reviro-me ao avesso, mas nunca esqueço que o Sol voltará.
(:::)