Nosce te ipsum.

" Se você não pode enxergar a própria sombra, precisa procurá-la. A sombra se esconde na vergonha, nos becos escuros, nas passagens secretas e nos sótãos fantasmagóricos de sua consciência. Ter um lado sombrio não é possuir uma falha, mas ser completo. Há uma dura verdade a confrontar. Estamos todos vivendo com os destroços de ideias fracassadas que um dia pareceram soluções perfeitas. Cada solução combina com o quadro daquilo que constitui o lado sombrio. "
( O Efeito Sombra. )

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dos piores.


O melhor a se fazer é deixar a ferida aberta sangrar. Deixar que sangre até que todo o veneno saia, deixar que o veneno saia e pare de corroer esse coração de batidas fracas. O sangue é frio e escorre por todo o quarto vazio. Um rio vermelho se faz e ninguem consegue enxerga-lo. Ninguem tem conhecimento sobre o que acontece por aqui quando as luzes se apagam. Na verdade, nada fisico acontece. São só as lembranças penduradas no teto, escritas nas paredes e flutuando pelos cantos. Tudo aqui tem um toque daquela que me fez sorrir durante muito tempo. O lado esquerdo da cama e o lado esquerdo do peito, ambos pulsando ao som da falta que ela me faz. Perguntas que não calam, e que ja nao consigo calar. Está na hora de seguir em frente, eu sei. Muito tempo se passou e até tenho consciencia de que é bobagem insistir. Mas, o que posso fazer? Nada que vem até mim consegue me agradar completamente. O que vem me sufoca demais. Quero algo que saiba lidar com os meus vazios e que tenha vazios que eu consiga lidar. Complicado, eu sei. Mas deixa estar. Já disse que seguirei sem expectativa alguma. Expectativas são só o primeiro degrau para uma linda e enorme frustração. Isso não são lamentos. Longe de mim estar aqui com lamentações. Isso são só pensamentos, dos piores. O pior.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Olhos.

Os olhos se cruzam e automaticamente um filme de longa metragem passa dentro de sua mente. Tudo é imaginado. Primeiro é imaginada uma forma de contato inicial, logo depois vem o relacionamento sério, flores, cartões e o mar de maravilhas e sentimentalismo e então vem a dor, o desapego necessario após o fim. Tudo acontece rápido demais. Elas viveram uma história de amor de quinze segundos, no máximo. E então elas decidem seguir em frente, cortar bruscamente os olhares cruzados. Elas sabem que há uma pequena chance daqueles olhos se cruzarem novamente. Algo de um em oitocentos mil. Elas tem consciência... E mesmo assim, deixam isso escapar por entre os dedos. Elas apenas seguem em frente, e em um ou dois dias elas sequer se recordarão da troca de olhares. Elas seguem em frente por medo do fim do filme. Por medo de que se passem anos e a dor permaneça. A dor de algo que sequer iniciou, mas que já se sente o fim. Sem mais.
Tô aqui aprendendo que nem todos dão valor ao que você pode oferecer, e acabar demonstrando afeto demais começa a encher o saco, e eu digo tudo isso da minha parte. Chega de ligações, preocupações, sentimentos demonstrados aos extremos. Vou ficar mais relaxada mesmo, não quer me ligar, não liga, mas também não ligarei. Não quer me ver, não me veja, mas também não sairei que nem doida atrás de você pra saber se a gente vai se ver, que horas é o nosso encontro, não mais. É apenas um aviso que eu deixo bem simples: se quiser, me procura você. - Caio F. Abreu.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Certas coisas são infinitamente desnecessárias. Juro que são. Principalmente essas buscas inesperadas durante a noite.
Buscas que eu gosto tanto e me deixam bem.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Só mais do mesmo.


Na verdade, o que havia em mim de mais sincero e bonitinho foi levado embora e já faz um tempo. O vento levou para o oeste e nunca mais trouxe de volta. Complicado, eu sei. E chega a ser lamentável, de certa forma, afinal, qualquer pessoa que se aproxime não encontrará algo de interessante por aqui. Não quero que venham atrás de mim buscando estabilidade, sentimentalismo e todo o mimimi. Eu não tenho isso, por hora. Sou suficientemente confusa, autodestrutiva e arrogante. Posso jurar com os pés juntos que está tudo bem, está tudo certo... Quando definitivamente, tudo está caindo. O meu exoesqueleto emocional está com falhas enormes. Ele já não está tão flexivel e já não protege tanto o que há por dentro. Por hora, não quero nada pegajoso, pedindo satisfações e presença. Preciso me sentir livre, preciso sentir o sangue correndo, o vento soprando. Sem ligações, buscas e cobranças por tempo indeterminado, por favor. Quero os meus amigos por perto. Todos eles para que possam bailar ao som das minhas risadas falsas. Quero todos por perto para que escutem mais uma vez a mesma história que conto desde sempre. Sim, sou eu, big fish. Sou o peixe grande que sufoca ardentemente em um aquário pequeno demais. Todos estão cansados de me ouvir dizer que foi assim, isso e aquilo... Todos querem algo novo. Eu sinto muito... Só tenho isso para contar. Quero mais alcool, mais cigarros... Quero mais de muitas coisas. Quero mais de ser livre, e só.