Os raios estão clareando o meu quarto de uma forma tão intensa quanto a minha falta de sentimentos agora. Eles vem e refletem na minha parede que daqui a pouco começará a chover... aliás, enquanto eu parava no começo dessa escrita, começou a chover. E agora ? A chuva se faz presente, telefone não toca, a porta está trancada, os trovões estão gritando nos meus ouvidos e os raios... ah, os raios continuam clareando o unico lugar em que eu nunca quis que entrasse luz. O meu quarto. Eu gosto do escuro e do frio que o escuro me faz sentir. Mas esses raios idiotas não param de deixar tudo claro demais. Não, o telefone ainda não tocou... e eu tenho a impressão de que ele nunca mais tocará. Não, o '' Hey, taxi '' que está no toque do meu celular não faz tanta falta assim. O que faz falta é a presença. Estou sozinha, praticamente jogada às traças... e permaneço fingindo que não sinto falta de alguem para me abraçar. Sinto... e todos sabem que eu sinto. Aliás, nesse exato momento, tudo o que eu mais queria era um abraço nessa chuva e nesse clarão. Mas eis um fato: Aqui quase nunca chove... e quando chove, não é por muito tempo. Pode ser então que daqui a dez minutos tudo o que eu mais quero agora não seja mais nada... não, não será. A Chuva terá passado... e os meus sentimentos tambem. Não é que eu mude de sentimentos rapido demais... é que o sentir é algo tão raro quanto as chuvas... e quando se sente ou é forte demais... ou passa rápido demais. E depois só sobram as poças de lama no meio da rua. Fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário