" E eu nunca vou te esquecer amor, mas a solidão deixa o coração neste leva e traz... " Ney.

Bio.

Já não sei se consigo dizer quem sou. Aconteceram muitas coisas em muito pouco tempo e eu fui mudando e mudando... Aprendi algumas coisas, esqueci algumas coisas. Andei de bicicleta, sorri, chorei, tomei banho na chuva, gritei no meio da rua, escrevi, cantei, sonhei, beijei, abracei, lamentei e até dancei. Cortei e pintei o cabelo, fiz as unhas, arrumei o quarto, li livros antigos e risquei as paredes. Corri perigo, tive crises de garganta, assisti aos jornais e acabei comentando sobre alguma noticia relevante. Descobri que tudo passa, descobri que enquanto eu for humana eu estarei sentindo e descobri que depois de encontrar o fundo do poço acabamos percebendo que sempre haverá alguem para jogar a corda lá de cima para nos resgatar. Tive falta de ar, dores de cabeça, quebrei o meu óculos... E acabei percebendo que um segundo é tempo suficiente para que uma grande mudança aconteça. Talvez eu nunca tenha conseguido dizer quem realmente sou e estou quase certa de que jamais conseguirei... Pelo menos não enquanto os segundos existirem.

Tinta fresca !

Um dia me disseram que pra ser gente grande a gente tem que aprender a engolir o choro, e eu até soube engolir o choro por algum tempo... mas, então eu descobri que quanto mais se engole o choro, mais o choro vai acumulando até que uma hora a gente acaba explodindo e acredite, essa explosão não é nada legal, afinal, depois de toda e qualquer explosão só restam os escombros... Mas, de certa forma são esses escombros que nos mostram que uma nova coisa pode ser construida ali e tambem, os escombros nos fazem lembrar de construir uma muralha ao nosso redor para evitar que tudo exploda novamente. Pra falar a verdade, nunca evita... Caso evitasse, eu não teria precisado me reconstruir tantas vezes e não estaria precisando fazer isso agora. Quem sabe eu não seja uma boa construtora de muralhas, ou talvez os meus tijolos nem fossem tão fortes assim. Pra ser bem sincera, prefiro continuar acreditando que de fato nascemos para viver em um constante recomeço e que tantos recomeços assim fazem da minha vida algo mais interessante de se viver... ou não.